O IVAR (Índice de Variação de Aluguéis Residenciais) foi lançado oficialmente em janeiro de 2022, como um novo indicador criado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) para acompanhar a variação mensal nos preços dos aluguéis. É uma tentativa de estabelecer um índice exclusivo para contemplar as características específicas do setor de locações.
Todo o contrato de locação se baseia em um índice oficial para determinar o percentual de reajuste no valor do aluguel. Os índices mais utilizados para medir a inflação em determinado período com esse propósito, até 2021, eram o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) e o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
O IGP-M acompanha os preços do setor produtivo e é fortemente influenciado por variações do dólar, mas não tem muita relação com o custo da moradia. Essa discrepância já havia sido detectada, mas ficou muito clara em 2020 e 2021, quando teve alta acumulada de 50%. Isso tornaria os reajustes de aluguel absurdamente altos.
O IPCA, outra alternativa, é um índice utilizado como referência da inflação acumulada e que é determinante na maneira como o Banco Central controla a taxa Selic. Ele acompanha a variação de preços de uma determinada cesta de produtos e serviços que também não tem relação direta com moradia. Ele é fortemente influenciado pelo preço dos combustíveis. Em 2021, o IPCA teve alta acumulada de 10,6%.
Já o cálculo do IVAR é feito por meio de uma parceria com administradoras de imóveis, que ajudam a coletar dados de preços em contratos de locação novos, reajustados e renegociados. Foram coletados, pela FGV, 10 mil contratos de diferentes cidades como: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.
É provável que o IVAR passe a ser muito presente nos contratos de aluguel, mas tudo dependerá da negociação entre proprietários, inquilinos e imobiliárias com relação à realidade do mercado.
É fundamental acompanhar de perto a variação desses indicadores, nem sempre o novo índice criado exclusivamente para o setor de locações será menor que os resultados do IGP-M ou do IPCA, a diferença entre eles depende muito da situação econômica.