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Começam a valer nesta segunda-feira (24) as novas taxas de juros de financiamento imobiliário da Caixa Econômica Federal.
No último dia 14, o banco informou que reduziu em 0,75 ponto percentual as taxas de juros do crédito para compra de imóveis enquadrados no Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI).
A redução vale para imóvel de até R$ 1,5 milhão. As taxas mínimas do SFI passam de 9,5% ao ano para 8,75% ao ano. E a taxa máxima cai de 11% para 10,25% ao ano.
A Caixa também informou também que, a partir de novembro, oferecerá um novo serviço de avaliações de imóveis, disponibilizando laudo diretamente para pessoas físicas e jurídicas.
Segundo o banco, o Caixa Avalia é uma plataforma que vai permitir a venda de avaliações pelo site com contratação 100% digital.
Reduções de juros
Em abril, a Caixa reduziu em até 1,25 ponto percentual as taxas de juros do crédito imobiliário para operações com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
O limite de cota de financiamento do imóvel usado subiu de 50% para 70%. A Caixa também retomou o financiamento de operações de interveniente quitante (imóveis com produção financiada por outros bancos) com cota de até 70%.
Em julho, o banco reduziu em média de 1 a 2 pontos percentuais ao ano as taxas do crédito imobiliário para pessoa jurídica.
Em agosto, promoveu uma redução de até 0,5 ponto percentual das taxas de juros do crédito imobiliário para operações com recursos do SBPE.
O limite de cota de financiamento de imóveis usados para pessoa física subiu de 70% para 80%.
A Caixa tem R$ 85 bilhões disponíveis para o crédito habitacional este ano. No primeiro semestre, foram contratados mais de R$ 40 bilhões.
O banco tem cerca de 70% das operações para aquisição da casa própria.
Operado com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o SFH financia imóveis de até R$ 800 mil em todo o país, exceto para Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal, onde o teto corresponde a R$ 950 mil.
Os imóveis residenciais acima dos limites do SFH são enquadrados no SFI, que financia imóveis com recursos de poupança.
A estabilidade da taxa básica de juros mantém a poupança como um investimento mais atrativo que a maioria dos fundos de investimento de renda fixa, em especial aqueles com taxas de administração mais altas, de acordo com simulações feitas pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
Nesta quarta (19), o Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu manter a Selic em 6,5% ao ano, em linha com a expectativa do mercado.
A Anefac estima o rendimento mensal da poupança em 0,37% nesse cenário.
Pelas contas da associação, fundos de investimentos tem um rendimento superior às contas da poupança quando suas taxas de administração são inferiores a 0,5% ao ano, independentemente do prazo de resgate.
Ganha também da poupança com taxas de 1%, exceto se o resgate for em até seis meses, caso em que as rentabilidades são equivalentes.
A poupança empata com fundos com taxa de administração de 1,5% se o resgate for feito entre um e dois anos, mas perde para resgates nessa situação acima de dois anos.
O presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Nelson Antonio de Souza, disse nesta sexta-feira, 14, que o banco vai reduzir a partir do dia 24 de setembro a taxa para empréstimos para aquisição de imóveis de até R$ 1,5 milhão, enquadrados no Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI). De acordo com ele, a taxa cobrada passará de 9,5% ao ano para 8,75% ao ano. O anúncio foi feito durante o Fórum Brasileiro das Incorporadoras realizado pela Abrainc em São Paulo.
Segundo Souza, a redução antecipa as condições da Resolução nº 4.676/18 do Conselho Monetário Nacional(CMN), do final de julho.
Em agosto, o banco reduziu a taxa de juros do crédito imobiliário em 0,5 ponto porcentual em operações com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Além disso, reduziu de 9% ao ano para 8,75% ao ano a taxa para imóveis no Sistema Financeiro de Habitação (SFH, para imóveis residenciais de até R$ 800 mil em todo o País, exceto Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal, onde o limite é de R$ 950 mil).
Ao final de sua fala, Souza convidou os bancos privados a seguirem a iniciativa da Caixa, tendo sentado ao seu lado o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior.
Caixa vai oferecer serviço de avaliação de imóveis – Nelson de Souza informou ainda que a partir de novembro o banco público vai oferecer serviço de avaliação de imóveis para clientes que não estejam necessariamente se comprometendo com um financiamento com a instituição, o que deve ser uma nova fonte de receita para o banco.
As tarifas do novo serviço, chamado de Caixa Avalia, partirão de R$ 1 mil e não têm um teto, dependendo da metragem e outras variantes relacionadas ao imóvel em questão. De acordo com Souza, a iniciativa atende a uma demanda dos clientes do banco. As avaliações poderão ser acessadas e contratadas na plataforma digital do banco.
Em abril, o banco já tinha reduzido os juros do crédito imobiliário, após 17 meses com as taxas congeladas. Na ocasião, o banco também elevou o limite de financiamento de imóveis usados de 50% para 70%. Além de reduzir os juros, o limite de cota de financiamento de imóveis usados sobe de 70% para 80%.
A Caixa anunciou em agosto, redução no juro do crédito imobiliário e aumento da cota para financiamento de imóvel usado. Os juros caem até 0,5 ponto porcentual para operações com recursos da poupança. A taxa mínima vai de 9% ao ano para 8,75% para imóveis no Sistema Financeiro de Habitação (para imóveis residenciais de até R$ 800 mil em todo País, exceto Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal, com limite é de R$ 950 mil). Para os imóveis residenciais acima dos limites do SFH, portanto enquadrados no Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), a taxa mínima caiu de 10% para 9,5% ao ano. Essa é a chamada taxa de balcão. Clientes e aqueles que recebem salário pelo banco podem conseguir taxas menores. Em abril, o banco já tinha reduzido os juros do crédito imobiliário, após 17 meses com as taxas congeladas. Na ocasião, o banco também elevou o limite de financiamento de imóveis usados de 50% para 70%. Além de reduzir os juros, o limite de cota de financiamento de imóveis usados sobe de 70% para 80%.
Os números não deixam dúvidas. O financiamento imobiliário – antes praticamente concentrado na Caixa Econômica Federal (CEF) – já ganha terreno nos bancos privados e os coloca na cola do banco público quando o assunto é a tomada de crédito para aquisição da casa própria. Se comparados os cinco primeiros meses de 2017 com o mesmo período de 2018, Itaú, Bradesco e Santander aumentaram, respectivamente, em 21%, 56% e 137% o total de recursos da poupança destinados ao crédito imobiliário. No mesmo período, a Caixa reduziu em 45% o valor. Estimulando uma maior concorrência e, consequentemente, reduzindo a taxa de juros do financiamento, os entes privados agora miram a linha pró-cotista (financiada com recursos do FGTS e considerada a mais barata do mercado fora do Minha Casa Minha Vida – MCMV), ainda em fase de testes. No caso de imóveis usados, a modalidade já não pode mais ser financiada pela Caixa este ano por falta de recursos.
O Santander foi o primeiro banco privado a oferecer a linha pró-cotista aos clientes em agências específicas e com taxa de juros de 8,49%. Fora do pró-cotista, a menor taxa do banco é de 8,99%. O Bradesco também está desenvolvendo esta opção, que deve ficar pronta em novembro deste ano. O público-alvo são clientes que possuem saldo de FGTS com pelo menos 36 meses de contribuição.
De acordo com o vice-presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-PE), Tiago Melo, os bancos privados começam a despertar interesse “ainda que de forma tímida” pela linha para imóveis de médio padrão. “O avanço dos bancos privados na linha pró-cotista deve estimular o lançamento de empreendimentos fora do MCMV, mas precisamos de regras claras e continuidade do programa”, salienta Melo. Para ele, o interesse dos bancos privados é uma boa notícia, tanto que a Ademi planeja conversa com as entidades para saber como oferecerão esse crédito.
A ampliação da atuação dos bancos privados e a flexibilização do financiamento imobiliário apontam para a recuperação do setor imobiliário. De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito e Poupança (Abecip), entre os primeiros semestres de 2017 e 2018, os empréstimos cresceram 23%, atingindo R$ 25,29 bilhões. Grande parte desse montante é fruto da atuação de Bradesco, Santander e Itaú, que se revezaram até junho nos três primeiros lugares entre os bancos que mais destinaram crédito para financiamento via poupança. A Caixa, ao longo deste ano, só aparece em quarto lugar, com R$ 3 bilhões usados na carteira de crédito para financiamento. “Os bancos privados tendem a atuar cada vez mais fortes no financiamento da casa própria. O estoque de dinheiro que esses bancos têm é grande, e colocar isso no crédito imobiliário é uma possibilidade de empréstimo com mais garantia”, diz o empresário e palestrante especializado em mercado imobiliário Carlos José Berzoti. Por concentrar a grande maioria das operações financiadas com recursos do FGTS, a Caixa ainda consegue seguir como o principal agente financeiro de crédito imobiliário, com participação ao redor de 65%.
Além da falta de recursos, os juros menos atrativos para o Sistema Financeiro da Habitação (SFH) colocaram a Caixa num fogo cruzado com os bancos privados. Mesmo com redução da taxa de 10,25% para 9% ao ano no SFH, a CEF ainda tem o juro mais alto do mercado para o segmento, com os demais bancos praticando de 8% a 8,99%. “Os bancos privados melhoram o setor de financiamento por gerarem uma competitividade entre as entidades, o que pode favorecer o mutuário. Acredito que em relação aos juros no SFH, daqui a 90 dias essas taxas vão cair. Pelo que temos conversado com o setor e com os bancos, já há uma pressão por redução dos juros a um patamar mínimo de 8,4% ao ano”, diz Berzoti.
Segundo ele, os bancos privados melhoram a competitividade entre as entidades, favorecendo o cliente. “Todo mundo corre para a Caixa quando quer financiar porque lá a taxa de juros nesse segmento é de 7,65%”, disse, salientando que, por isso, houve o fim do financiamento da linha pró-cotista para imóveis usados este ano.
A professora de inglês Laura Freitas se beneficiou dessa concorrência e conseguiu iniciar o financiamento do seu apartamento próprio este ano. “Há quatro anos eu penso em comprar meu apartamento próprio e estava economizando. Do ano passado para cá, percebi que os preços deram uma estagnada. Então, em março paguei a entrada”, conta Laura, que ainda conseguiu “surfar” na onda de redução das taxas de juros.
Flexibilização – Na tentativa de dar eficiência ao mercado de crédito imobiliário, o Comitê Monetário Nacional (CMN) flexibilizou o financiamento de residências por meio da resolução 4676. O objetivo é facilitar as regras de direcionamento dos recursos usados pelos clientes da construção civil, um pleito antigo do setor. O acesso a recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e da poupança, por exemplo, foram ampliados.
Um dos itens abordados pela resolução é a ampliação do teto de imóveis financiados através do FGTS para o valor de R$ 1,5 milhão em todo o País. O novo limite começaria a valer em 1º de janeiro de 2019, mas, na semana passada, o governo federal prometeu aos empresários da construção civil que anteciparia a mudança do valor máximo para este ano.
Além disso, o CMN flexibilizou a parcela que os bancos são obrigados a aplicar em crédito imobiliário. Até agora, os bancos precisavam destinar 65% dos recursos da poupança para o financiamento de imóveis, dos quais 80% deveriam ser empregados no SFH. Com a entrada em vigor desse item da resolução, os bancos poderão usar o montante proveniente da poupança para financiar imóveis de qualquer valor.
“Além da flexibilização das regras e da efetividade do direcionamento, também temos o incentivo a financiamentos de imóveis de menor valor. Definimos um multiplicador de 1,2 que funciona quando a instituição financeira faz o financiamento de imóveis até R$ 500 mil. Isso aumenta em 20% a eficiência do direcionamento”, explica o chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do Banco Central (Denor), João Andre Calvino Marques Pereira. Pelos cálculos do Banco Central, esse conjunto de ajustes irá injetar cerca de R$ 80 bilhões ao crédito imobiliário. O aperfeiçoamento do direcionamento dos recursos usados para a compra de imóveis faz parte da agenda BC que tem como objetivo revisar questões estruturais do BC e do Sistema Financeiro Nacional (SFN).
SÃO PAULO – O estoque de crédito dos grandes bancos interrompeu, no segundo trimestre, uma trajetória de queda iniciada há dois anos e meio. Itaú Unibanco, Banco do Brasil (BB), Bradesco e Santander chegaram ao fim de junho com um total de R$ 2,2 trilhões em empréstimos e financiamentos. O volume aumentou 4,3% em um ano, praticamente empatando com a inflação nesse período.
Foi o melhor desempenho anual desde o terceiro trimestre de 2015, última vez em que o crédito cresceu acima da variação do IPCA, segundo o Valor Data. Em março, o crédito já havia mostrado um pequeno aumento nominal, mas ainda encolheu em termos reais.
A reação do crédito veio acompanhada de uma nova queda no risco de calotes, e essa combinação foi decisiva para levar os bancos a mais uma safra de resultados em alta. O lucro combinado das quatro maiores instituições financeiras de capital aberto somou R$ 17,8 bilhões no segundo trimestre, o que representa alta de 12,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. Analistas consultados pelo Valor esperavam R$ 18 bilhões.
O crescimento no volume de crédito visto no segundo trimestre veio sobretudo dos segmentos de pessoa física e micro, pequenas e médias empresas, definidos como prioritários pelos bancos na estratégia para o pós-crise. No entanto, os balanços também mostraram uma melhora — ainda que muito discreta — nas operações com empresas, mesmo com a greve dos caminhoneiros em maio.
A expectativa dos bancos é que o crédito continue em aceleração nos próximos meses, apesar das incertezas eleitorais. “Não vejo razão para que o ímpeto de crescimento do crédito que a gente tem visto desacelere no segundo semestre”, disse Sergio Rial, presidente do Santander Brasil, na divulgação dos resultados do banco.
O crescimento dos empréstimos e financiamentos, porém, ficou concentrado nos bancos privados. O BB ainda mostrou queda na carteira, mas a expectativa é que a recuperação comece a aparecer com a conclusão de um processo que o presidente da instituição, Paulo Caffarelli, qualificou de “limpeza” da carteira.
De forma geral, as instituições conseguiram driblar a tendência de queda nos spreads ao ajustar o foco para linhas mais rentáveis e de menor risco. Empréstimos consignados, financiamento imobiliário e de veículos, e operações com pequenas companhias lastreadas em recebíveis deram o tom nos negócios. Spread é a diferença entre a taxa que uma instituição financeira paga ao captar recursos e a que cobra para emprestar dinheiro.
A demanda de grandes empresas permaneceu fraca, mas o segmento deixou de piorar. Santander e Bradesco mostraram crescimento anual no crédito a pessoas jurídicas, mas ainda não veem uma retomada mais forte pelo menos até que passem as incertezas do período eleitoral. “O cenário não mudou”, afirmou Carlos Firetti, diretor de relações com o mercado do Bradesco.
“O resultado pode parecer surpreendente, mas para nós não”, disse o presidente-executivo do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, numa referência à estratégia de buscar operações mais rentáveis e menos arriscadas.
Um ambiente menos negativo para as empresas e o foco em operações com garantias mais fortes também contribuíram para uma redução significativa do chamado custo do crédito. As despesas dos bancos com provisões para devedores duvidosos (PDD) somaram R$ 13,2 bilhões entre abril e junho. O número mostra queda de 24,3% frente ao mesmo período do ano passado e é menos da metade da cifra registrada no primeiro trimestre de 2016, pior momento da crise.
Diante da melhora, Itaú, BB e Bradesco reduziram suas projeções para despesas com provisões neste ano. O Santander não divulga estimativas ao mercado.
O alívio nas despesas com PDD, ao lado de um forte aperto nos custos operacionais, ajudou os bancos a contrabalançar a pressão na margem financeira. Com exceção do Santander, os demais tiveram queda no indicador nos três meses encerrados em junho. O impacto não veio só das operações de crédito, mas também da tesouraria e do efeito contábil da Selic mais baixa sobre o patrimônio líquido.
Embora a atividade econômica esteja aquém do esperado, os grandes bancos vislumbram um ambiente mais promissor à frente. “Vemos uma tendência clara de crescimento dos resultados”, afirmou o presidente do Itaú, Candido Bracher, em teleconferência com analistas. Segundo ele, a retomada do crédito, mudanças na composição da carteira e melhorias em custos e serviços vão contribuir para isso.
Caffarelli, do Banco do Brasil, também apontou uma tendência de melhora nas operações de empréstimos e financiamentos e nos resultados de forma geral. “O caminho para os próximos trimestres está pavimentado. Tenho certeza de que colheremos novos ganhos”, afirmou.
Dados do Observatório do Turismo de São Paulo, órgão ligado à SPTuris, revelam o desempenho da hotelaria na capital paulista na primeira metade do ano. Segundo o relatório “Desempenho dos meios de hospedagem”, a média de ocupação foi de 65,58% de janeiro a junho. No período, o mês com melhor resultado foi março, com índice de 72%. Na contramão, janeiro foi o mais fraco, com 54%.
Quando observada a diária média, o resultado do semestre foi R$ 309,55. Nos empreendimentos econômicos, entretanto, a média foi um pouco mais baixa, de R$ 200,58, enquanto nas unidades midscale o resultado foi de R$ 288,04. Por fim, nos hotéis de luxo e de superluxo, a tarifa média ficou em R$ 396,81 e R$ 664,39, respectivamente. Na análise de RevPar, o desempenho do semestre foi R$ 203,43.
São Paulo: mais dados
Os índices levam em consideração a performance hoteleira durante a semana, quando os hotéis corporativos, maior parte da oferta na cidade, têm maior demanda. A análise da movimentação de sábados e domingos mostra números inferiores. A ocupação no período ficou em 58,46%, enquanto a diária média aplicada esteve em R$ 272,57.
O levantamento mostra ainda o comportamento dos hostels do município. Nesse tipo de meio de hospedagem, a ocupação esteve pouco acima dos 50% no período, enquanto a diária média foi de R$ 55,25.
O mercado imobiliário residencial foi reduzido a 50% do seu volume máximo, atingido em 2013, durante a última recessão brasileira. Atualmente, encontra-se a 60% do volume de 2013, apesar da melhora recente. A estimativa é do Departamento Econômico do Bradesco. Depois de três anos em retração, a retomada das vendas de imóveis residenciais teve início em 2017 e deve se acelerar no próximo ano, beneficiado pela economia e pelas medidas anunciadas nesta semana pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para aumentar os recursos e ampliar os financiamentos com FGTS até R$ 1,5 milhão. A recuperação dos depósitos em poupança, usados como fonte de recursos para financiamento, e o apetite dos bancos em emprestar no crédito imobiliário, que tem a vantagem de contar com uma garantia real, também favorecem a retomada desse mercado.
Mercado paulistano puxou recuperação – Segundo o banco, o crescimento, apesar de modesto no último ano, derivou da melhora no quarto trimestre e foi impulsionado pelo mercado paulistano. Melhores condições de crédito, preços de imóveis mais baixos, elevação de renda real e da confiança do consumidor foram os principais impulsos para a recuperação da demanda por imóveis residenciais. Os dados do primeiro trimestre de 2018 reforçam a trajetória positiva das vendas, inclusive com expansão em maior intensidade.
Medidas devem ter impacto no ano que vem – Ainda que existam vetores para moderação na velocidade de retomada nos próximos meses, como a acomodação da taxa de desemprego em nível elevado desde o final do ano passado e a interrupção da melhora dos índices de confiança do consumidor mais recentemente, o Bradesco acredita que as medidas voltadas à expansão do crédito habitacional divulgadas nesta semana pelo Conselho Monetário terão impacto positivo no setor ao longo dos próximos anos. “Assim, esperamos que a moderação no ritmo de retomada seja temporária, com o crescimento do mercado imobiliário voltando a acelerar em 2019”, acredita o banco. Mas as disparidades regionais devem seguir presentes nos meses à frente, acompanhando a recuperação distinta das economias locais.
Massa salarial, juro baixo e pechinchas aumentaram vendas – O mercado imobiliário residencial tem se recuperado gradualmente, com crescimento das vendas de 9,4% em 2017, passando para avanço interanual de 22,3% no primeiro trimestre deste ano. A retomada das vendas foi sustentada por diversos fatores positivos no período. A expansão da massa real de renda, atrelada à melhora do mercado de trabalho ao longo de 2017 e à queda da inflação, a queda dos juros e o baixo patamar de preços de imóveis favoreceram a capacidade de pagamento das famílias brasileiras no caso dos financiamentos habitacionais.
Endividamento menor – Além disso, houve queda do endividamento nos últimos anos e do comprometimento de renda desde meados de 2017. “Somado a isso, a melhora do ambiente econômico permitiu que a confiança do consumidor fosse retomada gradualmente, influenciando positivamente a demanda por crédito de longo prazo, como é o caso do imobiliário”, avalia o Bradesco. A combinação desses fatores explica a expansão do número de unidades financiadas neste ano com recursos da poupança, conforme divulgado pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário (Abecip).
Lançamentos voltaram e atraem comprador – Com o aumento da demanda, as incorporadoras voltaram a lançar projetos. O volume lançado registrou crescimento de 5,2% em 2017. No primeiro trimestre de 2018, contudo, os lançamentos recuaram 30%, em um período de acomodação após a forte expansão observada no último trimestre do ano passado.
Como parte relevante das vendas ocorre na planta (historicamente, em São Paulo, por exemplo, mais de 65% das vendas ocorrem antes do início das obras), voltar a lançar também beneficiou a demanda por imóveis novos, tendo seus efeitos nas vendas no início do ano.”Ter um ponto de venda, com corretores e unidades decoradas, facilita a venda de um imóvel novo”, afirma o Bradesco.
Estoques diminuem – Com isso, os estoques de imóveis novos foram reduzidos, de 154 mil unidades no final de 2016 para 123 mil unidades no primeiro trimestre deste ano. Considerando o patamar de vendas de cada período, os estoques passaram de cerca de 23 meses de venda para 17 meses, desde o primeiro trimestre de 2017, reforçando o cenário de um mercado imobiliário residencial de fato mais ajustado ao novo patamar de demanda. Estoques mais ajustados recolocam o mercado em um equilíbrio mais favorável às empresas, com melhora nas perspectivas de preços.
Mas a recuperação do mercado tem ocorrido de forma heterogênea entre os municípios pesquisados. A queda de estoque de imóveis novos, por ora, ocorreu em 13 municípios/regiões metropolitanas (RMs) das 21 áreas pesquisadas pela CBIC, indicando um quadro mais ajustado nessas regiões e favorecendo, consequentemente, a recuperação de lançamentos neste ano. Outras cidades/regiões seguem com elevação de estoques.
Mais imóveis prontos no estoque e mais custos – De qualquer forma, a preocupação em relação aos estoques excessivos deveria se concentrar no volume e na participação das unidades que já foram entregues, acredita a equipe do Bradesco. No Brasil, em média 31% dos estoques imobiliários estão prontos, 50% estão em construção e 19% estão na planta. Chama atenção, então, que 10 das regiões pesquisadas possuem mais de 40% dos seus estoques em unidades prontas, o que leva as incorporadoras a incorrer com custos de IPTU e condomínio, além do esforço de comercialização, muitas vezes sem ponto de venda no empreendimento.
Sem motivos para acelerar as vendas – Olhando nos meses à frente, o banco diz que há vetores claros para moderação na retomada do mercado imobiliário. A taxa de desemprego parou de cair, de forma mais evidente, desde novembro de 2017; a criação de vagas no mercado de trabalho formal (com carteira assinada) tem surpreendido negativamente nos últimos meses; e a renda real desacelerou neste ano, comparativamente à velocidade de expansão observada no ano passado. Além disso, a trajetória de melhora da confiança dos consumidores foi interrompida em maio e junho deste ano, apresentando ligeira recuperação em julho, mas ainda em nível bem inferior ao observado no primeiro trimestre.
Medidas para reanimar o mercado – Talvez já pensando nesse ambiente menos favorável, o Bradesco lembra que foram anunciadas medidas de estímulo ao crédito habitacional que deverão contrabalancear esses vetores de moderação a partir de 2019. Entre as alterações divulgadas, o CMN manteve o direcionamento de 65% dos recursos de poupança para financiamento habitacional, mas eliminou a regra de que 80% desses recursos sejam utilizados para o Sistema Financeiro Habitacional (SFH – poupança e FGTS), flexibilizando a utilização desses recursos.
Financiamentos com índices de inflação – Os financiamentos com recursos de poupança poderão ter taxas de juros negociadas livremente com os mutuários (a regra atual obriga o uso da Taxa Referencial – TR como indexador). Com isso, os financiamentos poderão ser atrelados a índices de inflação, facilitando a securitização dos ativos e permitindo a contratação de novos financiamentos. “Ademais, houve aumento do limite do valor de imóvel financiado com recursos do FGTS, de R$ 950 mil para R$ 1,5 milhão em nível nacional, no âmbito do SFH”, destaca o banco. Para recursos de poupança, não há mais limite no valor de avaliação do imóvel.
Outro ponto importante é que, em financiamentos de imóveis até R$ 500 mil, os bancos poderão usar o fator multiplicador de 1,2 no volume de crédito da operação para efeito do atendimento da exigibilidade, ou seja, a medida estimula os financiamentos para imóveis de menor valor.
LCI e CRI fora da exigibilidade – Por fim, a resolução do CMN limitou os instrumentos para fins de vinculação, entre eles as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), que não serão mais computados nos 65% de exigibilidade dos recursos de poupança. Ou seja, eles terão de ser substituídos por crédito imobiliário.
Como o vencimento desses instrumentos é geralmente inferior a seis anos, o Banco Central estima que essas medidas podem proporcionar um acréscimo de R$ 80 bilhões no crédito imobiliário ao longo desse período. Assim, o pacote deverá manter as condições favoráveis de oferta de crédito, com impactos a partir de 1º janeiro de 2019, quando as regras entram em vigor.
Retomada dependerá de cada região do país – As disparidades regionais seguirão presentes no mercado de imóveis residenciais, avalia o Bradesco. De forma geral, a região Nordeste e alguns estados do Sudeste devem ter um ritmo mais lento de recuperação econômica, especialmente considerando o mercado de trabalho bastante folgado, com elevadas taxas de desemprego.
Em sentido contrário, as regiões Sul, Centro-Oeste e Norte, de modo geral, já apresentam retomada mais clara da atividade e deverão liderar o crescimento da economia brasileira neste e no próximo ano.
Apesar das condições de crédito serem semelhantes em todas as regiões (e as novas medidas têm impacto nacional), a diferença de criação de vagas formais esperada para os próximos meses (acompanhando a recuperação da atividade) deverá determinar as distintas velocidades de retomada no mercado imobiliário em cada município/região. “Como alertamos, o ajuste dos estoques de imóveis novos segue incompleto em diversas regiões, levando a um esforço adicional das incorporadoras na venda dessas unidades remanescentes”, diz o banco.
A Caixa Econômica Federal anunciou redução das taxas de juros do crédito imobiliário para o segmento “Produção Pessoa Jurídica”, com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). As taxas serão reduzidas em média de 1 a 2 pontos porcentuais ao ano (a.A.), sendo a taxa mínima de 9% a.A., de acordo com o porte, avaliação do consumidor (rating), nível de relacionamento das empresas com a Caixa e a sustentabilidade do projeto, como informa o banco.
Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará (Sinduscon-CE), André Montenegro, a medida deve dar uma ajuda significativa na venda dos imóveis da classe média, que tem valores entre R$ 300 mil e R$ 700 mil. “É a faixa que temos o maior número de unidades em estoque, então esses incentivos são sempre muito bem-vindos além de estimular uma concorrência saudável entre os bancos”, afirma.
“Como o cenário econômico está apresentando sinais de retomada, o banco reposicionou suas taxas de juros do SBPE e, atendendo à estratégia que valoriza a escolha da Caixa como banco de principal relacionamento, propôs-se a tratar de forma diferenciada os clientes com bom índice de relacionamento e com uma abordagem de incentivo ao cliente de menor risco, em razão da sua nota de score”, explica o vice-presidente de Habitação da Caixa, Paulo Antunes de Siqueira, em nota. O objetivo é a “retomada dos lançamentos de empreendimentos para geração de emprego, renda e acesso a moradia”.
Para Montenegro, no entanto, a volta da geração de emprego só deve acontecer quando as vendas apresentarem uma melhora significativa. “Já vemos melhoras, mas estamos na espera de mais”, diz. Ele acrescenta que o lançamento de novos empreendimentos também estão dependendo dessa melhora.
Regra – O novo regulamento do Conselho Monetário Nacional (CMN) mantém o direcionamento de 65% dos recursos da poupança para operações de financiamento imobiliário, mas acaba com limitação adicional de que 80% desses recursos sejam destinados ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que inclui poupança e FGTS. Para estimular financiamentos de imóveis de maior valor, o CMN determinou que bancos que concederem financiamentos de imóveis com valor de avaliação de até R$ 500 mil poderão aplicar fator de multiplicação de 1,2.
A resolução restringe a relação de operações que podem ser utilizadas para o atendimento da exigibilidade de aplicação em financiamentos imobiliários, que são os recursos mínimos que os bancos são obrigados a destinar para esse tipo de financiamento. Serão substituídas modalidades hoje permitidas pela contratação de novas operações de financiamento imobiliário.
As medidas entram em vigor em 1º de Janeiro de 2019. De acordo com o Banco Central (BC), a nova regulamentação encerra processo que se iniciou em 2015, com a criação da Letra Imobiliária Garantida. “Esse conjunto de aperfeiçoamentos pretende estimular a entrada de novos operadores e a melhor segmentação de mercado”, afirmou em nota o BC.