O dólar passou a subir nesta quinta-feira (4), com o mercado ainda digerindo a participação tumultuada do ministro da Economia, Paulo Guedes, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e monitorando encontros do presidente Jair Bolsonaro com parlamentares.
Às 10h23, a moeda norte-americana subia 0,15%, negociada a R$ 3,8834 na venda.
O dólar fechou em alta de 0,54% na quarta-feira (3), a R$ 3,8774 na venda.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 5,350 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de maio, no total de US$ 4,843 bilhões.
No exterior, as moedas emergentes perdiam força contra o dólar com investidores aguardando mais evidências concretas de avanço nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China em dia que tem na agenda encontro do presidente norte-americano, Donald Trump, com o vice-premiê chinês, Liu He.
Cenário doméstico
A participação de Guedes na Câmara terminou de forma abrupta, com a decisão do presidente da CCJ, deputado Felipe Francischini (PSL-PR), de encerrar a audiência depois de um novo conflito entre deputados da oposição e o ministro.
Na avaliação do sócio do grupo Laatus, Jefferson Laatus, a audiência da véspera trouxe ao mesmo tempo um sinal positivo, depois que Guedes defendeu e falou bem sobre a reforma, e um sinal negativo, o de que a oposição atuará fortemente contra a proposta.
“Preocupa a ausência de aliados, a gente não viu a Joice (Hasselmann), não vimos o Eduardo Bolsonaro. O sentimento foi de que Guedes foi momentaneamente jogado aos leões”, disse Laatus à Reuters, acrescentando que a articulação política ainda está aquém do esperado por agentes financeiros.
O presidente Jair Bolsonaro receberá nesta quinta, individualmente, presidentes de seis partidos para tentar montar um novo modelo de articulação política e conseguir o apoio das legendas à agenda do governo, incluindo a proposta de reforma da Previdência. Ou seja, um novo modelo de articulação política deve ser discutido com os presidentes de DEM, PSDB, MDB, PRB, PSD e PP, informa o Blog do Valdo Cruz.
No Congresso, líderes partidários têm questionado qual é exatamente a articulação política que Bolsonaro pretende adotar. Chegam a avaliar que, talvez, o presidente da República não queira montar uma base aliada formal, mas, sim, tentar construir maioria no Legislativo a cada votação. Caminho que aliados consideram perigoso e desgastante.
Fonte: g1.globo.com