Demorou menos de um mês para que o prédio de apartamentos de luxo
com a marca Fasano em São Paulo vendesse mais da metade de suas
unidades no fim de março, começo de abril, apesar de sua
construção estar prevista para terminar em 2022.
O mercado de imóveis residenciais de luxo na maior cidade do
Brasil está crescendo com a demanda de brasileiros ricos, cansados
de receber taxas de juros em recorde de baixa em investimentos.
Longe vão os dias de rendimentos de dois dígitos em títulos do
Tesouro, e muitos investidores tentam aproveitar os preços em alta
no mercado imobiliário de alto padrão.
“Este é, com certeza, o melhor ano desde 2014”, disse Amir
Makansi, presidente e sócio da Anglo Americana Consultoria de
Imóveis SA.
Apartamentos na Vila Nova Conceição, o bairro mais caro do Brasil,
estão sendo vendidos por até R$ 13,5 milhões, segundo Makansi. Os
preços saltaram de cerca de R$ 25 mil por metro quadrado há cinco
anos para até R$ 35 mil hoje.
A Even Construtora e Incorporadora SA está construindo a primeira
torre residencial com a marca Fasano, um nome que é sinônimo de
luxo nos mercados de hotéis e restaurantes. Ao longo de apenas um
mês, a empresa vendeu mais da metade dos 70 apartamentos do
prédio, a um preço médio de R$ 10 milhões cada.
Expectativas de crescimento – “O mercado imobiliário residencial
está se recuperando devido ao efeito das baixas taxas de juros,
mas também há mais confiança com as expectativas de que a economia
brasileira terá um desempenho melhor”, disse Thiago Alonso de
Oliveira, presidente da JHSF Participações, uma empresa de
empreendimentos imobiliários que detém a marca Fasano. O setor de
armazéns pode ser o próximo a ganhar força com o crescimento
econômico, disse Oliveira.
Espera-se que o Produto Interno Bruto do Brasil cresça 2% este
ano, acima dos 1,1% em 2018 e 2017, segundo dados compilados pela
Bloomberg. Mas o otimismo em relação à economia tem diminuído nos
últimos meses, com os dados do PIB vindo abaixo das previsões
iniciais em sete dos últimos oito anos e alimentando a preocupação
de que a recuperação no setor imobiliário de luxo possa ter vida
curta.
As vendas de residências novas em São Paulo aumentaram 39% nos 12
meses até fevereiro, para R$ 932,5 milhões, segundo o Secovi-SP,
sindicato da construção. O número de unidades vendidas saltou 50%,
para 2.176. Entre todos os novos apartamentos com três ou quatro
quartos oferecidos no período, 45% foram vendidos.
Já o setor imobiliário comercial está sofrendo por causa da
economia fraca. Os preços nesse mercado em São Paulo caíram 2,5%
nos 12 meses até março, segundo o índice FipeZap.
Entre os principais compradores de imóveis de alto padrão estão
empresários, executivos de banco e gestores de fundos
multimercado, que tiveram um bom ano em 2018 e receberam bônus
polpudos, disse Makansi.
Novas regras de zoneamento em São Paulo, que liberaram edifícios
mais altos próximos às vias de transporte público, permitiram à
Even a construção de torres de 40 andares com duas coberturas e
apenas dois apartamentos por andar. A maioria dos apartamentos
será de 290 metros quadrados, e as duas unidades de cobertura
terão 500 metros quadrados.
A construção do prédio, que fará parte de um complexo que também
inclui um hotel Fasano, ainda não começou.
“Não foi fácil encontrar terrenos para construção em um bairro tão
refinado como o Itaim – tivemos que comprar 25 casas”, disse
Mastrorosa, acrescentando que o complexo tem espaço para três
restaurantes, uma piscina e um bar.
Fonte: ibrafi.org.br